De volta a casa

9.9.21

 Há muito me pediram para escrever, também há muito que sentia a necessidade de escrever, mas a azáfama do dia a dia acabou por não me dar tempo para o fazer. Embora o tempo seja algo precioso e que só cabe a nós geri-lo.

Hoje manipulei a minha mente e segui a minha alma, escrever. 

Começo este post sem ter a mínima ideia do que vou escrever, apenas com a vontade e só de o fazer, o resto deixo que os meus guias sejam as minhas mãos e a minha mente.

Levo anos na minha jornada de autoconhecimento, numa jornada interna tão grande e intensa que me levou a reconstituir-me por dentro, o meu ser, as minhas crenças, as minhas limitações, os meus medos, as minhas angústias, as dores físicas invisíveis e tão internas. Este último ano foi para mim o mais difícil, aquele que me levou ao fundo da minha essência, a lidar com todo o medo escondido, com a mágoa adormecida, a insegurança camuflada, á viagem pelos meus 43 anos. 

Sim foi o mais difícil e duro, mas o mais mágico que alguma vez vivi, o mais enriquecedor, o mais divino. 

É como quando limpas a tua casa, se apenas tirares o pó dos móveis e passares a vassoura no chão, mesmo que o faças todos os dias, com o tempo o pó acumula-se por detrás dos móveis, as paredes ficam sujas se não as limpares, as almofadas encardidas se não as lavares, por vezes tens de fazer uma limpeza profunda de tudo, para que te sintas em casa. Assim é com o nosso corpo mental, mesmo que trabalhes o físico (aquilo que se vê) se não trabalhares a tua alma ( aquilo que não se vê) vais acumulando lixo energético e trazendo para ti sofrimento, angústia, solidão, falta de amor próprio, falta de confiança, ansiedade, stress, insónias etc.

A tua maior casa é aquela que guardas dentro de ti, a que escondes da sociedade por medo, por inaceitação, por represálias da tua verdadeira identidade.

Aprende a amar-te e a acreditar em ti, na tua força, na tua luz, naquilo que tu és. Aceita os teus erros, aceita o sofrimento que te fizeram causar, aceita as tuas desilusões e expectativas, aceita, unicamente aceita a tua verdade. Faz parte de ti, faz parte de tudo aquilo em que acreditaste, mesmo que hoje já não acredites, foi isso que te fez fazer essa aprendizagem. 

Simplesmente aceita-te sem medos... Como?

Lê, medita, aprende a ouvir e a estar com os sons da natureza, o mar, o vento, sente a terra, sente o teu corpo, aprende a ouvir a tua voz interior, aprende a estares sozinha/o, não reprimas os teus sentimentos e deixa-te levar. Chora, grita, ri, canta, disfruta da tua companhia, tenta compreender o outro, não o condenes, nem critiques, cada um vive a sua verdade, tens de aprender a respeitar a verdade do outro. Dá amor, não o amor carnal, mas sim dizendo uma palavra de conforto, um sorriso, um abraço, agradecendo até pelo bom dia que recebeste, e retribui.

A beleza da vida está em cada passo da nossa caminhada, cada dia nesse caminho é uma descoberta de cada recanto do nosso ser. Por isso caminha ... Em ti mesma/o.

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